Primeiro transplante de células-tronco é realizado na Bahia
Outras 19 pessoas com paralisia serão submetidas a este tipo de cirurgia.
Uma técnica usada pela primeira vez no Brasil traz esperança a pacientes que ficaram paralíticos. Médicos querem devolver alguns movimentos aos pacientes, implantando células tronco especiais.
A primeira cirurgia foi feita nesta quinta-feira (14), em Salvador.
O paciente é um policial militar de 45 anos. Ele perdeu os movimentos das pernas há cinco anos depois de cair de um telhado.
O PM recebeu injeções de células-tronco mesenquimais diretamente no local onde a medula foi atingida.
As células mesenquimais são retiradas do osso do quadril do próprio paciente e podem se transformar em vários tipos de tecido. Cães e gatos que receberam injeções dessas células recuperaram parte dos movimentos das patas afetadas. O método começou a ser estudado há seis anos por pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz e dos hospitais Espanhol e São Rafael, em Salvador.
Até o fim do ano, outras 19 pessoas com paralisia serão submetidas a esse tipo de cirurgia. Depois de operadas, todas irão fazer fisioterapia por seis meses para fortalecer a musculatura atrofiada.
O neurocirurgião Marcos Mendonça explica: “Nós esperamos que os pacientes tenham uma melhora não só da função neurológica, como melhora da qualidade de vida”, diz.
Doença de Chagas
Em outro procedimento inédito, médicos fizeram, em junho de 2003, também na capital baiana, o primeiro transplante de células-tronco em um paciente com insuficiência cardíaca decorrente da doença de Chagas.
Histerectomia descarta material rico em células tronco
Cientistas brasileiros afirmam que trompas descartadas em histerectomias podem se tornar grandes fontes de células tronco. A descoberta do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), publicada no The Journal of Translational Medicine, mostra que as trompas são uma grande fonte de células imaturas, com potencial de se tornarem uma variedade de tecidos do corpo humano, como músculos e ossos.
A descoberta ainda oferece uma outra opção "ética" de criar estas células, sem o uso de embriões, para o tratamento de doenças como a artrite.
Especialistas já demonstraram que é viável obter células-tronco de cordão umbilical, sangue menstrual, dentes e gordura. O novo estudo sugere agora que as trompas descartadas podem ser adicionadas à lista.
Uma vez coletadas, os cientistas são capazes de multiplicar e direcionar as células para se tornarem músculos, gorduras, cartilagens e ossos. Como estas células adultas são capazes de substituir células danificadas nas trompas, os pesquisadores prevêem que elas podem ser úteis para o entendimento e o tratamento de problemas de infertilidade, além de terem grande aplicação na medicina regenerativa. Mesmo assim, ainda será necessário muito tempo de estudo antes que a técnica esteja disponível para uso em pacientes.
O especialista Stephen Minger, do Kings College of London, diz que "esta é uma outra fonte promissora para aumentar a lista dos chamadas fontes 'éticas' de células-tronco". Mas ele destaca que medula óssea e gordura são fontes mais acessíveis e menos invasivas.
Para Josephine Quintavalle, membro da Comment on Reproductive Ethics, "essas células trazem esperança para os tratamentos de reparo de trompas danificadas ou doentes, que são sempre as maiores causas de infertilidade feminina".
Células tronco curam o mal de Parkinson em ratos
Células-tronco, retiradas do útero de uma humana, se transformaram em neurônios quando injetadas em cérebros de ratos que sofriam de Parkinson. A pesquisa sugere que mulheres que sofrem com a doença podem ser suas próprias doadoras.
A pesquisa, feita na Universidade de Yale, diz que seria possível fazer um banco de células tronco uterinas, já que elas são fáceis de serem encontradas. Segundo os cientistas, o útero é a fonte mais abundante e mais segura de células tronco.
Para quem não sabe, células tronco são as matrizes de nosso organismo. Todos as nossas células se desenvolvem a partir dela, não importando qual a sua “especialidade” (se é uma célula da pele, uma célula muscular ou, como no caso da pesquisa, um neurônio).
Os cientistas descobriram que, por alguma razão, as células tronco do útero tem um índice de rejeição menor do que outros tipos de células tronco. E, quando as mulheres menstruam, estão desperdiçando esse material, já que ele aparece no endométrio (a camada que reveste o útero internamente todos os meses e que, quando a mulher não engravida, é descartada através da menstruação).
A doença de Parkinson pode, talvez, ser curada através do implante de células tronco. Como ela destrói neurônios, fazendo com que algumas funções corporais do doente falhem, um implante de células que substituiriam os neurônios seria uma cura possível.
A equipe de cientistas de Yale coletou células tronco de nove mulheres que não sofriam com o mal de Parkinson e, depois, injetaram o material no cérebro de ratinhos que possuíam a doença.
Os sintomas dos ratos diminuíram, mas outro relatório está sendo preparado e irá analisar com mais detalhes os efeitos –e o possível sucesso – do tratamento.
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